
Nas próximas duas semanas, a chuva permanecerá sobre o centro e Norte do Brasil. Até o fim da semana passada, havia expectativa de uma trégua maior nas precipitações em meados de março, que ajudaria na colheita da safra e instalação do safrinha, mas simulações mais recentes diminuíram o período.
No sábado que vem (13/03/21), até há previsão de muito calor em Mato Grosso indicando uma manhã ensolarada em todo o estado, porém a partir do dia seguinte, a chuva volta a cair a qualquer momento declinando a temperatura. Outra data com calor em todo o estado será a quarta-feira (17/03/21). Porém mais uma vez, no dia seguinte, o tempo voltará a ficar chuvoso. Apesar de tantos problemas, o tempo chuvoso é normal nesta época do ano, ainda mais sob influência do La Niña.
Nos próximos sete dias, o acumulado alcançará 125 milímetros no oeste de Minas Gerais, 150 no sudoeste da Bahia e no norte de Mato Grosso e entre 175 e 200 milímetros no Pará e Amazonas.
Por outro lado, vai chover pouco sobre a região Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul, facilitando a retomada dos trabalhos em campo. Somente em Paranaguá, estimam-se uns 30 milímetros entre terça(09/03/21), e quarta-feira, 19, com a formação de um sistema de baixa pressão na costa da região Sul.
A tendência é de diminuição da umidade do solo em todo o Centro-Sul do Brasil, embora os valores elevados registrados neste início de semana sejam suficientes para o desenvolvimento agrícola em boa parte da região. Apenas no oeste, sul e centro do Rio Grande do Sul, a umidade do solo permanecerá baixa ou cairá para valores inferiores ao mínimo desejável para o desenvolvimento agrícola.
Com exceção do Nordeste, não há previsão de grandes desvios de temperatura. No Sul, até há previsão de mais de 36 °C no oeste do estado no no próximo fim de semana, mas as madrugadas serão frias. Já no Vale do São Francisco, a temperatura ficará até 5 °C mais elevada que o normal nesta semana.
Entre 15 e 21 de março, a chuva mais intensa que o normal permanecerá sobre as regiões Sudeste e Centro-Oeste. A precipitação deverá começar a enfraquecer sobre o centro e Norte do país apenas no decorrer da primeira quinzena de abril, algo normal por sinal.
Chuva atrapalhando
O ciclo da soja nesta safra 2020/2021 enfrentou adversidades climáticas desde o plantio com estiagens, até a colheita, com a chuva excessiva. Nos últimos sete dias, mesmo com a migração da chuva mais intensa para a região Sul, a colheita da soja permaneceu parada em Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins pelo excesso de chuva. O corredor de umidade que alimentou a chuva da região Sul passou justamente por cima destes estados. Quem teve melhor condição para colheita foram produtores de Minas Gerais e leste de Goiás, que receberam menos chuva que o normal.
Nos últimos sete dias, destacamos acumulados de 195 milímetros em Itaquiraí (MS), 140 mm em Umuarama (PR) e 125 mm em Marília (SP). Em Mato Grosso, relatos indicam chuva de até 200 milímetros em apenas 24 horas em Sorriso-MT, mas a falta de manutenção das estações meteorológicas do INMET impede que este registro se torne oficial. Em São José do Rio Claro-MT, choveu 125 em sete dias. Além do interior, choveu intensamente sobre os portos de Santos, Paranaguá e Miritituba, embora nos dois primeiros, a situação atual seja bem melhor para embarque de grãos.
Chuva e granizo; confira a previsão do tempo para terça-feira, (09/03/21)
Algumas regiões podem acumular 70 mm ou mais de chuva, de maneira pontual, com possibilidade de transtornos
Sul
Uma área de baixa pressão atmosférica se forma entre a costa do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e ajuda na formação de chuva sobre a região Sul, junto com instabilidades nos altos e médios da atmosfera. Tem previsão de chuva mais volumosa no litoral dos três estados, Serra Geral e também nas três capitais. Alguns pontos dessas áreas, no litoral de SC e RS e municípios próximos, podem acumular 70 mm ou mais, de maneira pontual, com possibilidade de transtornos.
Há riscos de rajadas de vento e queda de granizo em especial no Rio Grande do Sul e em parte de Santa Catarina. A chuva também se espalha nas demais áreas, só que mesmo que sejam fortes, são em forma de pancadas mais isoladas e com menor acumulado, concentradas no fim do dia pelo Paraná, centro catarinense e centro e sul do Rio Grande do Sul. Somente nas áreas mais da fronteira oeste gaúcha até o sudoeste e oeste do Paraná é que o tempo continua firme e seco, e nessas áreas o calor aumenta e a umidade do ar fica baixa no meio da tarde.
Sudeste
A presença ainda da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), acoplada a uma frente fria estacionária na altura entre o Espírito Santo e o norte do Rio de Janeiro, continua trazendo a umidade da Amazônia sobre a Região Sudeste. Os maiores acumulados estão previstos pelo norte do Rio de Janeiro, na maior parte de Minas Gerais (incluindo BH) e todo o Espírito Santo (como em Vitória). O tempo fica fechado, com chuva a qualquer hora do dia entre períodos nublados e temperatura amena no oeste, centro e sul mineiro, estado fluminense e entre o leste paulista e extremo sul capixaba.
No litoral paulista, a chuva é mais forte e muito volumosa também, em especial à tarde e à noite, pela influência de uma área de baixa pressão atmosférica entre a costa da Região Sul e a costa de SP, além da circulação de uma área de alta pressão atmosférica no Oceano Atlântico, que traz a umidade do mar para o continente. Em outras áreas, há previsão de períodos de melhoria e pancadas mais isoladas e pontualmente fortes, como na Região Metropolitana de São Paulo.
Centro-Oeste
As áreas de tempo seco atinge além do Pantanal do Mato Grosso do Sul , a maior parte do centro oeste do estado sul-matogrossense. Nestes locais, tem condição para sol, calor e umidade mais baixa no período da tarde. Em outros locais do Centro-Oeste, porém, o tempo ainda não muda. A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) mantém instabilidades sobre Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e nordeste e leste de Mato Grosso do Sul. Além disso, temos o reforço de um vórtice ciclônico nos médios níveis da atmosfera, sobre o oeste e sudoeste do MT.
As precipitações ocorrem a qualquer hora do dia, com acumulados elevados desde o noroeste e norte do Mato Grosso até o leste de Goiás e no Distrito Federal. Como o tempo fica fechado nessas áreas, as temperaturas não devem subir ao longo do dia.
Nordeste
Tempo aberto e quente persiste no centro, leste e nordeste da Bahia, Sergipe, Alagoas, boa parte de Pernambuco e Paraíba, sul do Ceará e no sul do Rio Grande do Norte. Isso acontece por causa da massa de ar mais seco. Como o Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) fica mais deslocado para o mar, só consegue, com sua borda, causar pancadas mais isoladas do leste de Pernambuco ao Rio Grande do Norte.
Porém, a presença da zona de convergência tropical (ZCIT) no norte da Região Norte causará chuvas mais fortes desde o norte do Maranhão até o Ceará, e atenção aos acumulados mais elevados no norte maranhense, como no seu litoral, com riscos para alagamentos e transbordamento de córregos. Áreas de instabilidade nos níveis mais altos da atmosfera também causarão temporais, mesmo que em pontos isolados do centro ao oeste baiano até o sul do PI e do MA, por conta de instabilidades no alto da atmosfera e mais a alta umidade presente e o calor. No sul da Bahia, a chuva ainda pode ser forte. Por fim, rajadas de vento ainda são esperados desde a Bahia até o Ceará.
Norte
Tempo fica mais fechado e as chuvas ficam mais concentradas entre Rondônia, Amazonas, Acre e o sudoeste e nordeste do Pará, com acumulados ainda elevados e potencial para mais cheias. Dentre as capitais, destaque para Porto Velho, Rio Branco e Belém. Além das instabilidades tropicais e da presença da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) no Brasil central, se forma uma área de instabilidade a mais ou menos 5 km de altura conhecida por Vórtice Ciclônico, esse último mais próximo no MT, afetando mais o estado de Rondônia.
Canal Rural