A tarde desta quinta-feira, 26, promete ser agitada na Fazenda Vale do Rio Celeste. A propriedade em Nova Ubiratã, médio-norte de Mato Grosso, deve ser a primeira no estado a levar as colheitadeiras para o campo no ciclo 2019/20. Dos 18 mil hectares cultivados com soja nesta safra, 300 hectares estão prontos para a colheita. Segundo o agricultor Alexandre Lermen, esta área começou a ser semeada no dia 17 de setembro. Foram usadas cultivares de ciclo precoce (95 dias), visando garantir a janela ideal para o cultivo da segunda safra de algodão. A expectativa é de que nestes talhões a produtividade média fique em torno de 60 sacas por hectare.
Em Tapurah, também no médio-norte mato-grossense, o pessoal da Fazenda Vale do Rio Verde começou a dessecar os primeiros 400 hectares que serão colhidos, de um total de 20.507 hectares destinados às lavouras de soja. A previsão é de que a colheita tenha início na próxima semana, entre os dias 2 e 4 de janeiro. A produtividade estimada para estas primeiras áreas é de 60 a 62 sacas por hectare. A propriedade também irá semear algodão segunda safra em parte do terreno cultivado com soja.
Nesta safra as lavouras de soja se estendem por mais de 9,77 milhões de hectares em Mato Grosso. Por enquanto apenas algumas fazendas deverão ligar os motores das colheitadeiras. Os trabalhos devem ganhar ritmo a partir da segunda semana de janeiro, ficando ainda mais intensos no início de fevereiro.
Preocupação com as chuvas
Enquanto alguns agricultores vivem a expectativa do início da colheita, outros destacam a preocupação com a interferência do regime de chuvas no desenvolvimento da plantação e, principalmente, na hora de retirar os grãos do campo.
É o caso do agricultor Cleverson Bertamoni, que planta 1.600 hectares de soja distribuídos em duas fazendas localizadas em Nova Mutum e São José do Rio Claro. Ele diz estar apreensivo com os intervalos entre as precipitações, que estão “mais longos” que o esperado especialmente na “região da BR-163”. De acordo com Bertamoni, desde o dia 16 de dezembro a plantação sofreu com a falta de água – que só voltou a cair ontem (dia 25) na fazenda em Nova Mutum. A lavoura está em plena fase de enchimento de grãos, quando a falta de umidade coloca em risco o potencial produtivo.
Pelas contas do agricultor, desde o início desta safra choveu apenas um terço do que costuma chover até fim do ciclo, o que – segundo ele – aumenta a chance que caia muita água justamente durante a colheita da soja. A previsão na fazenda é levar as máquinas para o campo a partir do dia 20 de janeiro. Diante deste risco, ele adotou uma estratégia que não estava nos planos – e nem no orçamento: reforçou o parque de máquinas com a aquisição de mais uma colheitadeira. Assim terá mais fôlego para intensificar o ritmo dos trabalhos caso a janela da colheita seja pressionada pelas chuvas.
Fonte:Canal Rural