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La Niña atinge ápice e deve terminar no decorrer do outono

Com o fim do La Niña programado para o início do inverno, a meteorologia diz que ainda é cedo para falar sobre a possibilidade de El Niño

Em atualização no dia 13 de janeiro, a Agência Americana de Meteorologia e Oceanografia (Noaa) indicou que o fenômeno La Niña alcançou sua maturidade. O fenômeno prosseguirá até o outono, aproximadamente o mês de maio, alcançando seu término no início do inverno de 2022. Segundo previsão do tempo, a partir daí, embora exista especulação em torno do aparecimento de um El Niño no segundo semestre, a meteorologia recomenda cautela com a tomada de decisão.

Atualmente, a Oscilação Interdecadal do Pacífico (ODP) em fase fria vem impedindo o aparecimento frequente de El Niños. Nos últimos dez anos, três previsões de El Niño não se confirmaram por conta da ODP negativa. O ano de 2022 será semelhante ao ano de 2012, justamente um dos períodos em que havia previsão de El Niño que não se confirmou.

Para o período entre fevereiro e abril de 2022, a simulação probabilística da Universidade de Colúmbia indica manutenção da chuva abaixo da média no centro, oeste e sul do Rio Grande do Sul, além de boa parte do Uruguai e Argentina, comprometendo o desenvolvimento agrícola. Outras áreas com chuva abaixo da média aparecem no Sudeste, entre São Paulo, sul e leste de Minas Gerais, Rio de Janeiro e sul do Espírito Santo, além do norte do Nordeste, sudoeste do Amazonas e oeste do Acre. No caso do Sudeste, a diminuição da chuva indica que, apesar do aumento significativo do nível dos reservatórios para geração de energia elétrica entre a primavera e início do verão, o mesmo desempenho não será visto até o fim do período úmido.

No norte do Nordeste, a chuva abaixo da média está associada à temperatura do Atlântico. Apesar do La Niña normalmente contribuir com precipitações intensas sobre a região, também há uma grande dependência do Atlântico para que a chuva se confirme. Vai chover intensamente nos próximos meses no oeste de São Paulo, oeste e norte de Minas Gerais, norte do Espírito Santo, em boa parte do Norte e Nordeste, além de Goiás e Mato Grosso.

Apesar da atual onda de calor que domina o centro e sul do Brasil, a tendência é de temperatura próxima da média entre fevereiro e abril. O frio do outono, inclusive, deve chegar mais cedo que o normal em 2022. O calor ficará acima da média entre o Norte e Nordeste, áreas que receberão chuva abaixo do normal no trimestre.

La Niña e segunda safra de milho

Após uma safra de milho frustrante no Sul devido à estiagem, as atenções se voltam para a segunda safra de milho no Brasil. No final de janeiro, a Embrapa Agropecuária Oeste destacou para a chance de 75% de probabilidade de ocorrência de geada em áreas produtoras de Mato Grosso do Sul devido do La Niña. De forma geral, o desempenho do cereal será melhor do que em 2021 por conta de sua instalação bem mais precoce. De acordo com a Conab, 15% das áreas já tinham sido semeadas até o fim de janeiro.

Em fevereiro, o ritmo de instalação deverá ser menor pelo excesso de chuva previsto para Minas Gerais e Goiás. Estima-se chuva acima dos 150 milímetros, o que pode gerar acumulados totais de pelo menos de 450 milímetros em áreas produtoras. Em Mato Grosso e em Tocantins, embora a anomalia de precipitação prevista não seja tão elevada, são esperados longos períodos com tempo nublado e chuvoso. Por outro lado, até o fim de fevereiro, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Piauí vão receber menos precipitação que o normal. No centro e sul do Brasil, o tempo seco será prolongado em meados de fevereiro e a precipitação mais intensa reaparece somente por volta de 20 de fevereiro. Já no Maranhão e Piauí, a chuva fica abaixo da média e não há previsão de invernadas.

Em março, a chuva acima da média será vista em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins. No Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, a chance de estiagens regionalizadas aumenta a partir da segunda quinzena do mês. Abril será o período mais seco dos três estados do centro-sul do Brasil, algo que pode comprometer parcialmente o desenvolvimento da segunda safra de milho. A chuva mais intensa vai reaparecer a partir da segunda quinzena de maio. Por outro lado, a precipitação vai prosseguir sobre o centro e norte do Brasil.

 

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