O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Nilton Borgato, o lobista Rowles Magalhães, a doleira Nelma Kodama, e mais 13 pessoas por tráfico internacional de drogas, organização criminosa e remessa irregular de divisas ao exterior.
A denúncia acontece um mês após a Operação Descobrimento, deflagrada em 19 de abril.
Se a ação for acolhida e os denunciador forem condenados, poderão pegar mais de 60 anos de prisão, além de terem que devolver cerca de R$ 139,5 milhões, entre bloqueio de bens e danos morais coletivos.
A denúncia foi assinada pelos procuradores da República Auristela Oliveira Reis, Roberto D’Oliveira Vieira, Robert Rigobert Lucht e Carlos Vítor de Oliveira Pires.
Eles também solicitaram a manutenção das prisões de Rowles, Borgato, Nelma Kodama, Ricardo Agostinho, Cláudio Rocha Júnior, Marcelo Mendonça de Lemos (Gordo), Marcelo Lucena da Silva, Marcos Paulo Barbosa Lopes (Papito) e Fernando de Souza Honorato, “para evitar delitos e por conveniência da instrução criminal”, diz trecho da denúncia oferecida no último dia 11 de maio.
Os denunciados estão presos desde o dia 19 de abril, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Descobrimento, com 43 mandados de busca e apreensão e 7 mandados de prisão nos estados da Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco.
Operação Descobrimento
A Operação Descobrimento da Polícia Federal cumpriu nove mandados de prisão em 19 de abril no Brasil e em Portugal pelo esquema de tráfico internacional de drogas. Os nove mandados de prisão foram cumpridos na Bahia – onde a operação foi iniciada –, em São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco.
PF cumpre mandados de busca e apreensão em Cuiabá — Foto: Arquivo pessoal
Além das prisões preventivas, 46 mandados de busca e apreensão também foram cumpridos.
O ex-secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Nilton Borges Borgato, também foi preso na manhã do dia 19 por suspeita de participação no esquema.
Investigações
As investigações começaram em fevereiro de 2021, quando meia tonelada de cocaína foi apreendida no táxi aéreo de uma empresa portuguesa, no Aeroporto Internacional de Salvador. A droga foi encontrada enquanto a aeronave era abastecida.
Operação da PF cumpre mandados no Brasil e em Portugal — Foto: Divulgação/PF
Na ocasião, cinco pessoas foram conduzidas para Polícia Federal. Na época, no entanto, a PF e a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) não informaram se o grupo ficou preso.
Com a apreensão, a polícia conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa, que atuava no Brasil e em Portugal. Segundo a PF, os investigados são fornecedores da cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares, que abriam a aeronave para guardar a droga.
Além disso, transportadores dos voos e doleiros eram os responsáveis pela movimentação financeira do grupo criminoso.