O prefeito da cidade de Rondolândia-MT, Agnaldo Rodrigues de Carvalho (PP), foi preso na manhã desta última quarta-feira (30/09/20). Investigado por um suposto esquema de corrupção, a prisão preventiva foi decretada pelo desembargador Marcos Machado e realizada pelo Grupo Operacional do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco – Criminal), com auxílio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
Segundo apurado, o prefeito e a ex-secretária de Saúde do município, Kátia Monteiro, receberam propina do empresário Nélio de Matos Júnior em contrato celebrado entre a empresa F.M. da S. Santos com a prefeitura de Rondolândia, visando o fornecimento de serviços de plantão médico. O empresário estaria pagando aos médicos vinculados à empresa um valor menor do previsto no contrato e a diferença ele repassava ao prefeito e à ex-secretária de Saúde.
No mês de agosto, durante cumprimento de mandados de busca e apreensão, policiais do Naco e do Gaeco conseguiram apreender com Nélio de Matos Júnior, uma agenda e anotações constando a “contabilidade” da propina que era paga, bem como comprovantes de depósitos feitos em contas correntes de terceiros indicados pelo prefeito e pela ex-secretária.
Segundo o delegado Rodrigo Azem, que comanda o Grupo Operacional do Naco, depois de ser apreendido todo esse material o empresário resolveu confessar o esquema criminoso. “Ele não teve como negar que pagava a propina desde o início do contrato que foi firmado entre a empresa dele e a Prefeitura, embora muita coisa ele deixou de revelar, porém estamos apurando tudo”, afirmou.
Na ocasião em que os mandados de busca e apreensão foram cumpridos, segundo ele, o prefeito Agnaldo Rodrigues de Carvalho fugiu da cidade ao perceber a movimentação dos policiais em Rondolândia. Na casa dele foram apreendidos não apenas documentos, mas também armas e munições irregulares.
De acordo com o Ministério Público Estadual, a ordem judicial da prisão preventiva ocorrida nesta quarta-feira busca garantir a ordem pública, evitar a reiteração criminosa, assegurar a aplicação da lei penal e, também, por conveniência da instrução criminal.
Segundo o coordenador do Naco, procurador de Justiça Domingos Sávio de Barros Arruda, o inquérito policial deverá ser encerrado com a prisão e o interrogatório do prefeito e de outras pessoas envolvidas no esquema. Depois disso, no prazo máximo de 15 dias, será apresentada a denúncia criminal contra os envolvidos perante o Tribunal de Justiça.
Assessoria