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O mês da mulher é marcado também pelo Dia Mundial da Prevenção do Câncer de Colo do Útero, celebrado hoje, dia 26 de Março

O mês da mulher é marcado também pelo Dia Mundial da Prevenção do Câncer de Colo do Útero (26 de março). De acordo com informações do Instituto Nacional de Câncer (Inca), este tipo de tumor é o terceiro mais incidente na população feminina brasileira, sem contar com os casos de câncer de pele não melanoma. Devido aos altos índices, a doença é atualmente uma das prioridades da agenda de Saúde do país e a Fundação do Câncer integra diversas políticas públicas na área.

Especialista da área de Projetos da instituição, a bióloga epidemiologista Rejane Reis comenta sobre as causas e fatores de risco da doença, as estratégias que estão sendo desenvolvidas e reforça a importância de levar o tema para os adolescentes.

Confira a entrevista:

Quais são as principais causas/ fatores de risco do câncer de colo do útero?

O fator de risco mais importante para o desenvolvimento do câncer de colo do útero é a infecção pelo vírus HPV (papilomavirus humano), que provoca uma lesão no colo do útero e, se não diagnosticada e tratada adequadamente, pode levar ao desenvolvimento do câncer. Por ser transmitido sexualmente, quanto mais cedo o início da atividade sexual da mulher, maior a exposição e risco de infecção. Além do HPV, outros fatores também contribuem para o desenvolvimento da doença, como tabagismo, ter muitos filhos e usar contraceptivos orais por muito tempo.

É verdade que o câncer de colo de útero em estágio inicial não costuma apresentar sintomas? Como detectar a doença?

Geralmente, o aparecimento dos sinais e sintomas do câncer de colo do útero já indica que a doença está em um estágio mais avançado. Por isso, a importância de que a mulher, ao iniciar a vida sexual, faça o exame ginecológico preventivo, também chamado de exame Papanicolaou. Vale ressaltar que, se diagnosticado em seus estágios iniciais e tratado oportunamente, tem grande possibilidade de cura. No mundo, a sobrevida em cinco anos por esse câncer está entre 50% e 70%.

É possível prevenir? A partir de quando as mulheres devem iniciar os exames de rotina?

Sim, o câncer de colo do útero é um dos tipos que tem maior chance de prevenção. A história natural da doença propicia uma intervenção curativa em seus estágios iniciais. De acordo com o Ministério da Saúde, é recomendado o exame Papanicolaou em mulheres que não apresentam sintomas com idade entre 25 e 64 anos de idade, a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos normais. Entretanto, é importante ressaltar que, se a mulher já tiver iniciado atividade sexual antes dessa faixa etária, o protocolo deve ser iniciado. Além disso, outra forma de prevenção é a vacinação contra o vírus HPV. Já está disponível, desde 2014, no calendário vacinal da rede pública, a vacina tetravalente para meninas de 9 a 14 anos; e, a partir de 2017, também foram incluídos os meninos com idade entre 11 e 13 anos, além das mulheres vivendo com HIV na faixa etária de 9 a 26 anos.

Que recado daria aos pais e aos jovens?

É muito importante, além da adesão às campanhas de vacinação, a orientação sexual, principalmente de adolescentes. Sabemos que, no Brasil, o início da atividade sexual acontece muitas vezes bem antes da faixa etária recomendada para o exame Papanicolau. É verdade que, em mulheres antes dos 25 anos, a incidência é rara, porém existe. Em um recente estudo em adolescentes e adultas jovens (15 a 29 anos) no Brasil, observou-se que, a cada 100 mil mulheres, quatro foram diagnosticadas com a neoplasia. Com isso, o tema precisa ser abordado entre essa população adolescente, e enfatizada cada vez mais a importância da prevenção com a vacinação e o exame.

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