DestaquePolícia

Polícia Federal cita que 45 empresários compraram 5 toneladas de mercúrio ilegal

Segundo a PF, o mercúrio entrava ilegalmente no país pela fronteira com a Bolívia, vindo da Guatemala

As investigações da Polícia Federal relacionadas à segunda fase da Operação Hermes, deflagrada na quarta-feira (08/11/23), indicam que os dois principais empresários do ramo de mineração figuram no topo de compra de mercúrio ilegal, que gerou prejuízo de até R$ 5 bilhões aos cofres do Governo Federal. Trata-se dos empresários Valdiney Mauro de Souza, conhecido como “Rei do Ouro”, e Filadelfo dos Reis Dias.

Uma planilha formulada pela Polícia Federal identificou 45 compradores de cinco toneladas de mercúrio ilegal em dois anos.

Em um dos trechos da decisão da juíza da 1ª Vara Federal de Campinas, Raquel Coelho Dal Rio Silveira, é citado que a Polícia Federal considera que os dois empresários utilizam intermediários para a compra de mercúrio ilegal e, recentemente, negociavam a aquisição de um grande volume do produto.

Valdinei teria adquirido mercúrio do grupo investigado através de Edemil Antônio de Pinho, conhecido como ‘Edemil Poconé’, funcionário da Salinas Gold e apontado como principal intermediador do empresário.

As investigações ainda apontam transações com o empresário Arnoldo Veggi, que terminaram na compra de aproximadamente 345kg de mercúrio ilegal.

A PF identificou ordens de pagamento das contas bancárias de Valdiney de Souza e do seu genro, Ronny Costa, para contemplar contas bancárias vinculadas aos vendedores de mercúrio. Segundo a PF, só em agosto de 2021, o “Rei do Ouro” comprou 90kg de mercúrio com emissão de notas fiscais sem a incidência de tributos.

A investigação detalhou ainda que, durante uma conversa, Arnoldo Veggi mandou um áudio para Willian Leite Rondon, no qual cita grandes compradores de mercúrio. No diálogo, ele classifica o empresário Valdiney Mauro de Souza como um ‘garimpeiro pesado’, que tem três mineradoras e que faz aquisições com e sem notas fiscais através de Edemil.

Outro comprador de mercúrio ilegal, segundo as investigações, seria Filadelfo dos Reis Dias. Seu principal representante seria o sobrinho, Brenner Ramos Dias, nas negociações junto a Arnoldo Veggi. Em um dos pagamentos feitos relativos a aquisições do produto, foi utilizada a empresa BG Mining.

O braço mato-grossense da organização criminosa alvo da Operação Hermes II era especializado na distribuição de mercúrio que entrava ilegalmente no país pela fronteira com a Bolívia, vindo da Guatemala. A informação é do delegado de Polícia Federal, Dalton Marinho Vieira Junior, coordenador da operação, deflagrada nessa quarta-feira (08).

Segundo o delegado, empresas geravam créditos falsos de mercúrio no sistema oficial, quando na verdade estavam “esquentando” o elemento químico colocado ilegalmente dentro do território nacional.

Veja a lista das empresas e empresários citados.

Reprodução

lista empresas

DEIXAR UM COMENTÁRIO

Política de moderação de comentários: A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro ou o jornalista responsável por blogs e/ou sites e portais de notícias, inclusive quanto a comentários. Portanto, o jornalista responsável por este Portal de Notícias reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal e/ou familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.
Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios