Um dia após o fim do vazio sanitário da soja em Mato Grosso, as plantadeiras já começam a fazer barulho. Em Sorriso, município que ostenta a maior área destinada à cultura no mundo (mais de 600 mil hectares), os trabalhos tiveram início nesta quarta-feira, 16.
Logo pela manhã, a sementes eram lançadas no solo em uma das áreas do grupo Gemmi, que deve semear cerca de 5 mil hectares da oleaginosa neste ciclo. Gerente do grupo, Elias Belé registrou as imagens deste primeiro dia de plantio, que – inicialmente – será feito apenas nos 300 hectares cobertos pelo pivô de irrigação. Nos demais talhões, a movimentação começará apenas quando a chuva – que anda sumida na região – voltar a dar as caras.
Quem também aguarda o retorno das chuvas é o agricultor Clairton Pavlack, que vai cultivar 1800 hectares de soja em Nova Mutum. Ele diz que está com as plantadeiras “engatadas”, mas não vai ligar os motores dos tratores enquanto não houver umidade suficiente para semear com segurança. Além da estiagem, ele também está preocupado com a ocorrência de incêndios em áreas próximas à propriedade e chegou a suspender a aplicação de adubo com receio de prejuízos. “Estamos com as sementes no jeito… mas o clima está muito seco, tem muita fumaça e fogo por todo lado. Temos adubo para jogar mas vamos esperar a chuva, porque como está queimando muito na região, vai que a gente joga o adubo e corre o risco de perdê-lo. É um ano muito perigoso”, comenta.
Principal estado produtor de soja do Brasil, Mato Grosso deve destinar mais de 10,2 milhões de hectares para o cultivo do grão nesta safra, a maior área de todos os tempos no estado. A estimativa do Imea é de que destes campos saiam mais de 35,18 milhões de toneladas da oleaginosa.
Canal Rural