O casal, dono de um berçário, que foi preso nesta sexta-feira (14/04/23), em Sorriso, acusado de torturar crianças de 0 a 5 anos, vai responder por tortura, omissão perante tortura, ameaça e perseguição. Segundo a delegada Jéssica Assis, responsável pelas investigações do caso, as eram presas em um quarto escuro como castigo por indisciplina. Também houve relatos de uma ocasião em que a proprietária teria quebrado uma raquete na cabeça de uma das crianças.
“Já há alguns meses a Polícia Judiciária Civil deste município vem investigando denúncias de maus-tratos e torturas ocorridas nesse berçário e algumas mães vieram procurar tanto a delegacia de polícia quanto o Ministério Público afim de reportar situações sistêmicas de maus-tratos e abusos a essas crianças, tais como trancá-las em um quarto escuro, como uma maneira de correção diante de indisciplina, tapas, mordidas, empurrões. Em um dos relatos obtidos pela Polícia Judiciária Civil chegou-se até a se mencionar que a proprietária teria quebrado uma raquete de uma daquelas de matar mosquito na cabeça de uma das crianças”, disse a delegada.
A partir desses relatos, a polícia localizou ex-funcionárias do berçário que testemunharam confirmando os casos de abuso.
Segundo a delegada, além dos pedidos de prisão preventiva contra o casal dono da instituição, foi solicitada autorização para realização de depoimento especial com as crianças que já conseguem falar para que elas relatem o que acontecia na creche. Isso vai ser realizado em forma de escuta especializada, com apoio da psicóloga da delegacia.
O caso
Os donos do berçário, identificados pelas iniciais M.D.C.D.O.L. e A.L., foram presos na manhã desta sexta-feira (14), depois de meses de investigação após as primeiras denúncias de que as crianças matriculadas na instituição, com idade entre 0 e 5 anos, seriam vítimas de tortura e maus-tratos.
As agressões descritas pelas testemunhas incluiriam tapas nas nádegas e na boca, mordidas, puxões, golpes com raquetes, empurrões e beliscões contra as vítimas. A alegação dos acusados era que os atos serviam para disciplinar as crianças ou que os ferimentos teriam sido feitos por outras crianças da creche.
Para a polícia, algumas testemunhas contaram que sofreram ameaças de morte do proprietário do estabelecimento.
O caso segue em investigação pela Polícia Civil.