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No maior produtor de soja do Brasil, nove cidades têm “perigo elevado” de quebra na produção

Em Mato Grosso, clima adverso coloca colheita em risco em 25 municípios, segundo levantamento

O clima continua adverso para as lavouras de soja em Mato Grosso, maior produtor nacional do grão. Chuvas abaixo do ideal, combinadas com calor excessivo, têm resultado em projeções cada vez menores para o rendimento da safra 2023/24.

Levantamento realizado pela A de Agro, startup que atua na gestão de dados para o agronegócio, mostra que 25 cidades mato-grossenses apresentam risco de quebra na produção, dessas, nove estão com “perigo elevado”. Isso significa que as perdas nesses locais podem passar de 80%, segundo Rafael Coelho, CEO da A de Agro.

A média de produtividade pode variar dependendo do município, mas o impacto para a safra pode ser muito grande, já que é a primeira vez que o El Niño impacta a safra do Mato Grosso dessa maneira”, avaliou Coelho.

Pelos dados da startup, os municípios de Campo Novo do Parecis; Nova Ubiratã; Nova Mutum; Lucas do Rio Verde; Tabaporã; Água Boa; Tapurah; São José do Rio Claro e Novo São Joaquim, têm alta probabilidade de quebra caso o cenário climático permaneça como está.

“Este é um dado preocupante já que estas cidades correspondem a aproximadamente 20% da produção de soja do Estado. Quando olhamos apenas estas cidades estamos falando de uma perda que pode superar 3% da produção do Mato Grosso, e cerca de mais de 900 mil toneladas de soja”, pontuou o CEO da startup.

No monitoramento feito pela empresa, o município de Tapurah-MT vem se destacando negativamente, já que há uma possibilidade de quebra de até 25% da safra. Isso significaria uma perda superior a 150 mil toneladas de soja.

 

Cenário preocupante

 

Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) diz que no momento não possui dados para quantificar as possíveis perdas por município, mas reconhece que a situação das lavouras é preocupante.

“As duas últimas semanas foram importantes para o desenvolvimento da safra. A gente esperava um bom volume de chuva e ela não veio. Em janeiro devemos fazer um novo acompanhamento in loco para avaliar as condições das lavouras”, disse Cleiton Gauer, superintendente do Imea.

Em suas projeções de dezembro, o instituto cortou em 3,07% em relação ao mês anterior a produtividade prevista para a soja de Mato Grosso, em 57,87 sacas por hectare. A estimativa de produção também foi revista para baixo, passando de 43,7 milhões de toneladas para 42,1 milhões.

“A chuva desuniforme é um grande problema. Os relatos de produtores destacam a presença da chuva apenas em alguns talhões em uma mesma propriedade. Acredito que novas precipitações ajudem a estancar o quadro atual, mas não tem capacidade para reverter as perdas”, acrescentou Gauer.

Ainda segundo ele, diante das condições adversas para a semeadura, 5,8% da área prevista, de 12,2 milhões de hectares precisou ser replantada.

Diante de todos os percalços para a instalação da safra, recentemente, o Ministério da Agricultura alterou o calendário do plantio de soja de Mato Grosso e estendeu até 13 de janeiro de 2024 a data final para que os agricultores possam fazer a semeadura da oleaginosa.

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