O Sindicato Rural de Querência realizou nesta última quarta-feira (22/10/25) mais uma edição do “Café com Produtores Rurais”, encontro que colocou o setor agropecuário no centro das discussões sobre a reforma tributária brasileira um tema que impacta não só o campo mato-grossense, mas toda a cadeia produtiva do agro no país e no mundo.
Com a presença do contador Elielton Souza e do analista tributário da Famato, José Cristovão, o evento trouxe um panorama técnico e estratégico sobre o novo modelo de tributação do consumo, que será estruturado a partir do IBS (estadual/municipal), da CBS (federal) e do Imposto Seletivo.
Impactos diretos para o produtor rural
A partir de 2026, produtores e agroindústrias terão de se adaptar a uma nova rotina fiscal. Essa transição marca o início de um período de convivência entre o sistema atual e o novo modelo, que deve ser totalmente implementado até 2033.
Para o campo, isso significa revisar cadastros, notas fiscais, sistemas de apuração e crédito tributário — ajustes que podem definir a competitividade do agro brasileiro no mercado internacional.
Os especialistas explicaram que diversos insumos agropecuários terão redução de até 60% nas alíquotas de IBS e CBS, como sementes, fertilizantes, rações e defensivos, além da isenção de máquinas agrícolas e caminhões do Imposto Seletivo. Essas medidas tendem a reduzir custos de produção e estimular investimentos, especialmente em polos agrícolas como Querência, um dos municípios mais produtivos do nordeste de Mato Grosso.
Querência e o protagonismo regional
Com forte presença de produtores de grãos, pecuaristas e cooperativas, Querência tem acompanhado de perto as mudanças que redesenham o ambiente tributário e comercial. O evento mostrou que a atualização fiscal será determinante para manter a competitividade regional, já que o novo modelo exigirá integração entre fazenda, escritório contábil e assessoria jurídica.
Os expositores destacaram a importância de testar os novos sistemas de NF-e e NFC-e que terão atualizações já em janeiro de 2026 e realizar simulações financeiras para identificar possíveis impactos de crédito e débito antes da entrada plena da CBS, prevista para 2027.
Um olhar além das fronteiras
Enquanto o Brasil se prepara para implementar a reforma, outros países produtores também avançam em ajustes fiscais e ambientais. A União Europeia, por exemplo, tem criado mecanismos de rastreabilidade e impostos verdes para produtos agrícolas, e os Estados Unidos estudam incentivos tributários para quem adota práticas sustentáveis e de baixa emissão de carbono.
Nesse contexto global, o produtor brasileiro especialmente o mato-grossense precisa alinhar gestão tributária, eficiência produtiva e conformidade ambiental, consolidando o país como referência de agro sustentável e competitivo.
Capacitação e planejamento: as palavras de ordem
A Famato, que tem promovido uma série de palestras sobre o tema em todo o estado, reforçou que o momento é de capacitação e planejamento estratégico. O produtor deve mapear suas operações, ajustar cadastros, garantir notas idôneas e manter controle rigoroso de créditos fiscais.
O “Café com Produtores Rurais” deixou claro que o futuro do agro passa por uma gestão profissionalizada e integrada, onde conhecimento técnico e adaptação rápida serão diferenciais essenciais para enfrentar a nova era tributária em Querência, em Mato Grosso e no mundo.
Querência News/ Letícia Nunes


















