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Sesp suspende curso de formação após denúncia de tortura e importunação sexual

Após denunciar importunação sexual, a vítima teria sido vendada e torturada por três policiais penais

Uma policial penal denunciou ter sofrido importunação sexual por parte de outros agentes, durante um curso do Grupo de Intervenção Rápida em Recinto Carcerário da Polícia Penal (GIR). Após a denúncia, a mulher ainda teria sofrido tortura por parte dos abusadores que usaram gás lacrimogêneo e outros artifícios de “controle de multidões”.

Em razão dos crimes cometidos, a Secretaria de Estado Segurança Pública (Sesp) suspendeu o curso.

Em um áudio gravado pela vítima, que veio a tona neste sábado (04/03/23), ela relata que em dada situação um agente teria passado a mão em seu corpo, outra vez ela teria sido espionada pelo mesmo policial.

“Ele já havia passado a mão em mim, no meu corpo e eu fiquei quieta. Outra vez ele tinha ido me espionar tomar banho no banheiro e eu fiquei quieta. E por último, ele foi na janela e abriu para espionar a gente trocar de roupa pelada”, relatou a vítima, se referindo ainda a outras cinco mulheres que estavam na base, onde ocorria o curso.

Após realizar a denúncia de importunação sexual, a vítima teria sido vendada e torturada por três policiais penais, nenhum deles seria o agente que abusou dela.

“Bateram no meu rosto, queimaram meu rosto com gás o tempo todo. Jogaram gás no meu rosto o tempo todo, jogaram a espuma, mais de dois litros em mim. Queimaram meu rosto, minha boca porque eu registrei… eu não sou criminosa, eu sou a vítima”, disse a policial penal.

Além de suspender o curso, a Sesp afirmou que procedimento administrativo será instaurado para apurar a denúncia. A Polícia Civil também investiga o caso.

Confira a nota da Sesp na íntegra:

A Secretaria de Estado Segurança Pública (Sesp) esclarece que já determinou a imediata suspensão do curso do Grupo de Intervenção Rápida em Recinto Carcerário da Polícia Penal e que irá instaurar procedimento administrativo para apurar a denúncia.

Além disso, a Polícia Judiciária Civil já abriu inquérito para investigar o ocorrido, sendo que até o momento duas pessoas já foram interrogadas e liberadas.

O Governo de Mato Grosso reforça que não coaduna com nenhum tipo de abuso de autoridade ou assédio de qualquer natureza.

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