O tradicional café da manhã promovido pelo Sindicato Rural de Querência, na última quarta-feira (30/07/25), foi palco para uma importante reflexão sobre os desafios atuais do agronegócio. Durante o encontro, o presidente da entidade, Osmar Frizzo, fez um panorama do setor, abordando desde questões econômicas até impactos geopolíticos no comércio internacional.
Segundo Frizzo, o agro vive um momento de pressão financeira, com dificuldades em saldar contas e fechar a safra no azul. Os principais motivos, de acordo com ele, são os altos custos de produção, o acesso restrito ao crédito rural e as taxas de juros elevadas, que encarecem ainda mais os financiamentos. “Diferente de anos anteriores, hoje os preços das commodities não têm acompanhado os custos operacionais, e isso tem colocado muitos produtores em situação delicada”, afirmou o presidente.
Outro ponto de destaque foi a mudança na taxação das exportações brasileiras, que passou a vigorar na sexta-feira, 1º de agosto. A nova política tributária tem gerado preocupações no setor, especialmente em relação à competitividade do agronegócio no mercado internacional.
O cenário global também foi abordado. Frizzo destacou que a guerra entre Rússia e Ucrânia continua trazendo efeitos colaterais ao agro brasileiro. A Rússia, tradicional parceira comercial, tem reduzido suas importações. “A instabilidade internacional afeta diretamente nossas exportações. A Rússia é um dos países que mais compram do Brasil e, com a guerra, a demanda caiu”, pontuou.
Enquanto isso, negociações entre a União Europeia e a China seguem em andamento, movimentando o cenário comercial e abrindo perspectivas para acordos que podem beneficiar ou pressionar o agro nacional, dependendo das condições acertadas.
O encontro reforçou o papel do Sindicato como elo entre os produtores e as decisões políticas e econômicas que influenciam diretamente o campo. A mensagem principal, segundo Frizzo, é a necessidade de unidade do setor com a comunidade, o Estado, o país e o mundo, para enfrentar as adversidades com diálogo e cooperação.
Querência News/ Elisa Coelho