
O delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), revelou que o fazendeiro Aníbal Manoel, indiciado por ser o mandante do assassinato do advogado Roberto Zampieri, desconfiava que perderia a fazenda na Justiça por conta da proximidade do advogado e do desembargador que julgava o caso. Por conta disso, Aníbal decidiu planejar a morte do jurista, que foi assassinado com 10 tiros em dezembro de 2023, em frente ao escritório no Bosque da Saúde, em Cuiabá.
Nison explicou que após o irmão de Aníbal perder parte da fazenda na Justiça, o fazendeiro desconfiou que também perderia sua parte e, com isso, seria obrigado a deixar a propriedade avaliada em R$ 100 milhões.
“Ele estava com muito receio de perder a fazenda. A propriedade tinha dois donos, porque eram duas fazendas que se tornaram uma, porém, ainda era divido entre os irmãos. Na Justiça, o cliente do Zampieri ganhou a parte do irmão de Aníbal, e por conta disso ele ficou com medo de perder também. E esse receio vinha por conta da proximidade que ele aponta que existia entre o advogado e o desembargador do caso”, disse o delegado em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (09), ao dar detalhes sobre a conclusão do inquérito.
O delegado relatou ainda que a parte da fazenda do Aníbal era a área mais rentável, já que naquela parte era onde ficava toda plantação de soja, milho e outras coisas.
Essa versão sobre o receio de Aníbal confirma o depoimento do pistoleiro Antônio Gomes da Silva, que executou o crime. Ele disse que em um dos encontros que teve com o ex-coronel do exército Luiz Caçadini, o ex-militar atendeu o telefone e ouviu uma pessoa dizer que o crime tinha que ser cometido logo, antes que Aníbal perdesse a terra igual ao irmão.