
“Mato Grosso registrou quase metade de todos os casos de chikungunya notificados no Brasil no ano de 2025. De um total de 73 mil casos no país, 33 mil foram em Mato Grosso. Das 63 mortes por chikungunya no país, 45 aconteceram em Mato Grosso.
A Assembleia Legislativa realiza, no dia 28 de abril, a partir das 10h, na Sala de Comissões da Assembleia Legislativa, audiência pública para debater a epidemia de chikungunya, dengue e zika em Mato Grosso. O deputado estadual e médico Lúdio Cabral (PT), autor do pedido, destacou que a situação em Mato Grosso é muito mais grave que no restante do Brasil.
“Mato Grosso registrou quase metade de todos os casos de chikungunya notificados no Brasil no ano de 2025. De um total de 73 mil casos no país, 33 mil foram em Mato Grosso. Das 63 mortes por chikungunya no país, 45 aconteceram em Mato Grosso. Então é uma situação gravíssima e nós queremos debater essa pauta em uma audiência pública para buscar as causas e as soluções para esse problema”, disse Lúdio, que é médico sanitarista, especialista em saúde coletiva e no tratamento de doenças nas populações.
Com o tema “A Situação da Epidemia de Arboviroses (Chikungunya, Dengue e Zika) no Estado de Mato Grosso”, a audiência vai reunir pesquisadores, especialistas, profissionais de saúde, gestores da saúde pública e população para debater as ações que estão sendo feitas e como melhorar a atuação para combater a epidemia, tratar essas doenças, e reduzir a mortalidade. Elas são chamadas de arboviroses por serem transmitidas por um mosquito, o Aedes aegypti.
Entre 1º de janeiro e 23 de abril de 2025, Mato Grosso registrou 33.071 casos de chikungunya e 45 óbitos. É o maior número de casos da doença e de óbitos entre todos os estados do Brasil. Mato Grosso concentra 45% do total de casos de chikungunya registrados no Brasil e 71% das mortes. O estado também tem a maior incidência, com 862 casos de chikungunya a cada 100 mil habitantes. Esses números estão muito acima dos números dos outros estados, evidenciando a gravidade da epidemia em Mato Grosso.
Em todo o país, foram 73.188 casos de chikungunya e 63 óbitos no mesmo período, e a taxa de incidência é de 34,4 casos a cada 100 mil habitantes. Em segundo lugar no ranking de incidência, está Mato Grosso do Sul, com 255,2 casos da doença a cada 100 mil habitantes, e um total de 7.406 casos notificados. Rondônia vem em terceiro lugar, com 97,7 casos da doença a cada 100 mil habitantes, e um total de 1.706 casos notificados.
O que é a chikungunya?
A chikungunya é uma arbovirose, ou seja, doença causada por vírus transmitidos especialmente por mosquitos. Seu principal vetor é o Aedes aegypti, que também pode transmitir a dengue e a zika.
A doença tem três fases de evolução, que exigem observação cuidadosa Vejamos:
- Febril ou aguda: dura entre 5 e 14 dias.
- Pós-aguda: pode durar até 3 meses.
- Crônica: quando os sintomas persistem por mais de 3 meses após os primeiros sinais.
Sinais e sintomas
É importante conhecer as alterações comumente causadas pela chikungunya no organismo a fim de saber quando procurar ajuda médica, caso apresente alguns dos sinais. Entre os mais frequentes, estão:
- Febre
- Dor intensa nas articulações
- Dor pelo corpo, especialmente nas costas
- Erupção em tom avermelhado na pele
- Dor de cabeça
- Náusea e vômito
- Dor de garganta
- Dor retro-ocular
- Calafrio
Diarreia e dor abdominal também podem ser sintomas, mas essas alterações do trato gastrointestinal são mais comuns entre as crianças infectadas pela doença.
Diagnóstico da chikungunya
É necessário procurar ajuda médica para que seja feito o diagnóstico da chikungunya. O profissional de saúde é o responsável pela avaliação clínica do paciente e pode solicitar determinados exames para fazer a confirmação.
Tratamento
Não há um tratamento antiviral específico para tratar a doença. De acordo com os sintomas apresentados pelo paciente, o médico pode recomendar o uso de analgesia e suporte com o objetivo de tratar as manifestações da doença e deixar o paciente mais confortável.
A hidratação oral é extremamente importante. Além disso, os medicamentos a serem utilizados são indicados especialmente pelo profissional da saúde. O indivíduo jamais deve se automedicar.