DestaqueMato GrossoNotíciasPolícia

Juiz nega absolvição sumária de “Musa da Pirâmide”, ex-PF e médico em MT

Acusados convenciam as vítimas a investirem suas economias com a promessa de altos juros e depois davam calote

O juiz Jean Garcia de Freitas, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá rejeitou o pedido de absolvição da empresária  Taiza Tossat Ratola – conhecida como “Musa da Pirâmide” -, de seu ex-marido, o ex-policial federal Ricardo Mancinelli Ratola e do médico Diego Rodrigues, alvos da Operação Cleópatra, que investigou um esquema de pirâmide financeira que causou prejuízo a dezenas de vítimas em Cuiabá. Além de rejeitar a absolvição, o magistrado marcou para os dias 08 e 09 de maio a audiência de instrução e julgamento.

Os três são réus pelos crimes de lavagem de dinheiro, estelionato, crime contra a economia popular (pirâmide financeira) e associação criminosa. Jean Garcia de Freitas não aceitou o pedido das defesas dos réus de nulidade das intercepções telefônicas e prints de conversas entre os réus usados como provas na ação penal.

“No que tange aos pedidos de absolvição sumária, tem-se que esta só é cabível na fase de recebimento da denúncia quando da existência manifesta de causa excludente de ilicitude ou de culpabilidade; ou, ainda, quando o fato narrado evidentemente não constitui crime ou há incidência de causa extintiva de punibilidade. Não ocorrendo quaisquer das hipóteses previstas no artigo 397 do CPP, que autorizariam a absolvição sumária dos acusados, em obediência ao disposto no artigo 399 do mesmo diploma legal, designo audiência de instrução e julgamento para os dias 08 e 09 de maio de 2025”, definiu o juiz.

Jean Garcia de Freitas também determinou que Taíza Tossatt Ratola cumpra medida cautelar de comparecimento mensal ao Fórum de Sinop, toda primeira segunda-feira de cada mês, a partir de abril.

Operação Cleópatra

A Operação Cleópatra foi deflagrada em outubro de 2018, cumprindo de mandados de prisão, busca e apreensão e bloqueios de bens com alvo em um esquema de pirâmide financeira que causou prejuízo a dezenas de vítimas em Cuiabá. Foram cumpridas ordens judiciais em Cuiabá, Jaciara, Rondonópolis, Sinop.

Taiza Tossatt Eleoterio da Silva é apontada como líder do esquema criminoso e que se apresentava como especialista em investimentos. Aliados à suspeita, estavam o médico Diego Rodrigues Flores e o ex-policial federal Ricardo Mancinelli Souto Ratola. A empresária, proprietária da empresa DT Investimentos, usava as redes sociais para atrair as vítimas, se mostrando uma pessoa jovem, bonita, bem-sucedida, articulada e especialista em investimentos financeiros.

Com argumentos envolventes e com promessas de lucros de 2% a 6% por dia, dependendo do valor investido, Taiza convencia as vítimas a fazerem investimentos de altos valores, superiores a R$ 100 mil iniciais, em ações, entrando em um verdadeiro esquema de pirâmide financeira. As vítimas recebiam o retorno financeiro nos primeiros meses, sendo incentivados a fazer novos investimentos, porém, após algum tempo, a empresa deixou de pagar os lucros para as vítimas. Ao solicitarem a devolução dos valores investidos, a empresária inventou desculpas até deixar de responder completamente às vítimas.

O ex-policial federal, que foi casado com a investigada, era o gestor de negócios da empresa e o médico atuava como diretor administrativo da empresa, formando um grupo criminoso, que destruiu o planejamento familiar de dezenas de vítimas, inclusive de amigos e familiares dos investigados. Os prejuízos calculados, inicialmente, chegam a R$ 2,5 milhões para as vítimas do golpe.

 

DEIXAR UM COMENTÁRIO

Política de moderação de comentários: A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro ou o jornalista responsável por blogs e/ou sites e portais de notícias, inclusive quanto a comentários. Portanto, o jornalista responsável por este Portal de Notícias reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal e/ou familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.
Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios