
O Ministério Público revelou que a empresa Dielat adicionava soda cáustica e água oxigenada a laticínios, reprocessando produtos vencidos e deteriorados. Os produtos eram distribuídos amplamente no Brasil e exportados para a Venezuela, com marcas como Mega Lac, Mega Milk e Tentação. A empresa também forneceu leite para merenda escolar em ao menos sete cidades do Rio Grande do Sul.
Segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE). São elas: Alvorada (2023), Canela (2020), Gravataí (2020), Ivoti (2019), Porto Alegre (2023), Taquara (2022) e Viamão (2019).
Entre os presos está Sérgio Alberto Seewald, o “Mago do Leite”, figura central em fraudes anteriores. Ele foi contratado pela Dielat para assessorar a produção, apesar de estar impedido pela Justiça de trabalhar no setor.
A operação cumpre 16 mandados de busca e apreensão e prendeu quatro envolvidos, incluindo o sócio-proprietário da empresa e o diretor. Antonio Ricardo Colombo Sader; o diretor, Tales Bardo Laurindo; um supervisor, Gustavo Lauck; e um engenheiro químico, Sérgio Alberto Seewald.
Uma mulher, que teria dito a funcionários para apagarem possíveis provas, foi presa em flagrante. O nome dela não foi divulgado pelas autoridades.
“Além de ajustar o pH e mascarar a acidez do leite, essas substâncias são usadas para reprocessar produtos vencidos e recuperar itens deteriorados, o que representa graves riscos à saúde, incluindo potencial carcinogênico [que pode causar câncer]. A denúncia de 2024 se confirmou um novo risco”, afirma o promotor.
G1-RS