A Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) concluiu um levantamento que revela o montante das dívidas dos produtores rurais junto às principais instituições financeiras que operam o Crédito Rural no estado. O valor total atinge R$ 27,4 bilhões, envolvendo cerca de 65 mil produtores gaúchos.
Os números foram apresentados nesta terça-feira (2/9) em reunião online com o Governo Federal, intermediada pelo senador Luis Carlos Heinze (PP-RS). O encontro contou com a participação do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, que representou o governo na ocasião.
Segundo a Assessoria Econômica da Farsul, o montante foi consolidado a partir de dados do Banco do Brasil, Sicredi e Banrisul, incluindo também as Cédulas de Produto Rural (CPRs). O levantamento mostra duas faixas principais: R$ 18,4 bilhões estão dentro do enquadramento da proposta do Governo, que considera tetos máximos de R$ 250 mil, R$ 1,5 milhão e R$ 3 milhões, a depender do porte do produtor. Já as dívidas que ultrapassam esse limite somam R$ 8,9 bilhões.
O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, reforçou a defesa de que todas as categorias de produtores rurais sejam incluídas nas negociações, inclusive aqueles que superam os valores definidos como teto. Ele também lembrou a necessidade de contemplar valores ligados a cerealistas, distribuidoras e revendas.
Pereira destacou ainda a urgência em se aplicar medidas de apoio diante da proximidade da safra 2025/2026. “Daqui um mês botaremos as máquinas no campo e o produtor está descapitalizado. Temos que ter velocidade. Precisamos de uma solução”, afirmou.
O encontro integra as negociações em torno do endividamento rural provocado pela sequência de estiagens que atingem o Rio Grande do Sul desde 2020. Além da diretoria da Farsul, participaram representantes da Fetag-RS, Ocergs e dos movimentos S.O.S Agro e Aper, além do vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do Banco do Brasil, Gilson Bittencourt, e do economista-chefe da Federação, Antonio da Luz.
Querência News/ Letícia Nunes
