
A Polícia Civil de Mato Grosso, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), realizou na manhã desta quinta-feira (23/10/25) uma grande operação de fiscalização em uma distribuidora de bebidas em Várzea Grande, apontada como fornecedora de whiskies suspeitos de adulteração encontrados em supermercados da região do Araguaia.
Durante a ação, as equipes reteram mais de 7 mil garrafas de whisky, que agora passam por análise técnica. A operação contou com a participação da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), Mapa, Vigilância Sanitária Estadual e Municipal de Várzea Grande, além da Politec.
As investigações começaram após as Delegacias de Água Boa, Nova Xavantina e Barra do Garças apreenderem diversas garrafas suspeitas durante fiscalizações realizadas entre os dias 22 e 23 de outubro. A ação foi motivada por denúncias da Vigilância Sanitária, após moradores da região do Araguaia apresentarem sintomas de intoxicação logo após o consumo de bebidas alcoólicas entre os dias 11 e 14 de outubro.
Uma das vítimas, um jovem de Água Boa, está internada em Goiânia (GO) com suspeita de intoxicação por metanol, substância altamente tóxica.
Segundo o delegado Rogério Ferreira, titular da Decon, ainda não há confirmação de que as bebidas sejam falsificadas.
“O material está sendo retido por ser da mesma marca consumida em Água Boa e por apresentar divergências entre os números de lote das caixas e das garrafas. Neste momento, a retenção é uma medida preventiva, até a conclusão da investigação”, explicou.
Na quarta-feira (22), Mato Grosso também confirmou o primeiro caso de contaminação por metanol no estado. A vítima, um jovem de 24 anos morador de Várzea Grande, apresentou visão turva, confusão mental, dor abdominal e vômitos após consumir uma bebida de procedência duvidosa. Ele não corre risco de morte, mas sofreu lesão ocular irreversível, uma das consequências mais graves da exposição ao metanol.
As investigações seguem em andamento para identificar a origem exata das bebidas adulteradas e eventuais responsáveis pela distribuição no estado, com atenção especial à região do Araguaia, onde os primeiros casos foram registrados.



















