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Cuiabá – Ex-secretário fraudou compra de remédio sedativo do “kit intubação” em plena pandemia

O ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues da Silva, preso nessa quinta-feira (09/02/23) na Operação Hypnos da Polícia Civil, fraudou a compra do remédio Midazolam, que foi utilizado no “kit intubação”, durante a pandemia da covid-19. Ele é acusado de desviar R$ 1 milhão da Saúde Pública de Cuiabá.

Conforme a denúncia, realizada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), Célio e Eduardo Pereira Vasconcelos, diretores da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), fraudaram a compra do Midazolam com a empresa Remocenter.

A apuração constatou que no dia 20 de maio de 2021, a Remocenter emitiu uma nota fiscal correspondente à venda de 9 mil unidades do Midazolam, com custo de R$ 111,12 por unidade, sendo o valor total de 1 milhão e 80 reais.

Nove dias após o pagamento da nota, a Remocenter emitiu outra nota fiscal, alterando a quantidade do medicamento passando de 9 mil, para 19 mil unidades e também modificando o preço de R$ 111,12, para R$ 52,63 por unidade, totalizando os mesmos 1 milhão e 80 reais.

Além disso, a investigação da Polícia Civil mostrou que, a princípio, não há comprovação de que o medicamento chegou na farmácia da Empresa Cuiabana de Saúde Pública. Isso levanta suspeitas de que esses medicamentos, de fato, nunca teriam dado entrada no estoque da ECSP.

O remédio Midazolam é usado na sedação dos pacientes que iriam para a intubação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para tratar da covid-19.

Durante a pandemia foi um dos medicamentos que mais subiu de preço, já que fazia parte do “kit intubação”. Em diversos momentos, hospitais viviam escassez do remédio.

Operação Hypnos

De acordo com a Polícia Civil, relatórios de auditoria da Controladoria-Geral do Estado apontaram indícios de desvios de recursos públicos na Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP). A partir disso, foram constatadas diversas irregularidades em alguns pagamentos, na ordem de R$ 1 milhão.

Em tese, foram autorizados pagamentos sem as devidas formalidades para a empresa Remocenter, apontada como fantasma, cujos sócios seriam laranjas.

Conforme a polícia, o quadro de sócios era composto por pessoas que não teriam condições de administrá-la. Além disso, a Remocenter não tinha sede física no local informado em seu registro formal.

Os indícios sugerem que esses pagamentos se referem à aquisição de medicamentos que não possuem, a princípio, comprovação de que chegaram na farmácia da Empresa Cuiabana de Saúde Pública. Isso levanta suspeitas de que esses medicamentos, de fato, nunca teriam dado entrada no estoque da ECSP.

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