Aripuanã e Alto Paraguai (957km e 199km de Cuiabá, respectivamente), municípios mato-grossenses, estão entre as 5 das 100 cidades mais violentas do país, devido à disputa por territórios entre facções criminosas. Mais de 20 municípios de MT integram o ranking da área que tem sido dominada pelo crime organizado. Veja vídeo no link 🔗https://www.instagram.com/reel/C0t3-DbJ9Xb/?igshid=MzRlODBiNWFlZA==
Os dados, divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, são do estudo “Cartografias da Violência na Amazônia”, que analisou os dados de violência nos estados que fazem parte da Amazônia Legal.
O estudo aponta que Mato Grosso é um estado estratégico para o crime organizado, por estar em uma região de fronteira, tornando-se uma zona de entrada da droga no Brasil. Pelo menos três facções criminosas atuam no Estado, mas atualmente há um predomínio do Comando Vermelho (CV).
Conforme o levantamento, o CV atua principalmente na zona transfronteiriça com a Bolívia, que contém mais de 730km de extensão. Na extensão de domínio da facção está o município de Cáceres, ponto de referência na atuação do tráfico.
“As facções vêem no controle da fronteira a alternativa da entrada da droga na região, a partir das inúmeras estradas vicinais. Além de Cuiabá e municípios vizinhos, os municípios ao longo da rota rodoviária são estratégicos para escoar a droga para as demais regiões brasileiras”, destaca o estudo.
Mais de 20 municípios de Mato Grosso integram a ranking de cidades mais violentas da Amazônia Legal devido à presença do crime organizado. Aripuanã e Alto Paraguai entre as cinco mais perigosas, com a taxa média de 121,8 e 110 mortes a cada 100 mil habitantes, respectivamente.
Com base nos dados levantados pelo Instituto Mães Crioula (IMC), o estudo aponta uma atuação dinâmica das facções em região de fronteiras. Em MT, o crime organizado opera principalmente o tráfico de drogas e contrabando de madeira, seguido de migração internacional de maneira ilegal e tráfico de armas.
Das 11 regiões apontadas pelo IMC, apenas quatro são controladas por uma facção específica, sendo que dessas três (Cáceres, Cuiabá e Porto Esperidião) são dominadas pelo CV e apenas uma (Mirassol D’Oeste) pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).
As outras seis regiões – Alta Floresta, Rondonópolis, Rosário Oeste, São José do Rio Claro, Sorriso, Tangará da Serra e Várzea Grande – são disputadas pelo CV e PCC. Apenas no município Sorriso há uma terceira facção, a Tropa Castelar, envolvida na disputa por território.
No entanto, conforme já apontado pelo estudo, as interações criminais são dinâmicas e podem e ser alteradas a qualquer tempo, especialmente devido a s alianças, fissuras, disputas e conflitos entre as facções.
Repórter MT