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Pai é preso em MT suspeito de estuprar a própria filha durante anos

Abusos começaram quando ela tinha 13 anos e resultaram em duas gestações; além do estupro, homem passou anos espancado e ameaçando a vítima

Um homem de 54 anos foi preso, nesta quarta-feira (21/09/22), pela Polícia Civil, em uma comunidade rural do município de Novo Mundo, no norte do estado, por abusar sexualmente da própria filha desde os 13 anos. A vítima tem atualmente 21 anos.

A investigação, conduzida pela Delegacia da Polícia Civil de Guarantã do Norte, apurou que a série de abusos sexuais, precedida de ameaças, começou quando a vítima ainda era adolescente. Os abusos resultaram em duas gestações e danos psicológicos à vítima.

Os investigadores se deslocaram, ainda na madrugada desta quarta-feira, até a zona rural do município de Novo Mundo, para cumprir o mandado de prisão deferido pelo juízo da Comarca de Guarantã do Norte.

“A equipe da delegacia se empenhou para solucionar este crime e, com a prisão do autor, dar uma resposta à vítima, que vivia em uma comunidade bem afastada, na zona rural de Novo Mundo. Além disso, a investigação dá uma resposta de que não há impunidade para esse tipo de delito e estimula outras vítimas a denunciarem abusos sexuais”, explicou o delegado responsável pela investigação, Lucas Lelis.

O delegado destaca ainda que a apuração dos fatos apontou que a comunidade, onde a vítima vivia, tinha conhecimento do que ocorria. Contudo, nenhuma denúncia anterior chegou aos órgãos assistenciais, de proteção ou da polícia para auxiliar a jovem. O autor do estupro apresentava um cuidado excessivo e ciúmes em relação à vítima. “Era de conhecimento da comunidade, mas ninguém procurou nenhum órgão, seja policial ou de assistência, para denunciar os fatos”, comentou o delegado de Guarantã do Norte.

Abusos e ameaças

Conforme os relatos, os abusos começaram aos 13 anos, com toques lascivos do agressor no corpo da vítima, junto com ameaças de castigos físicos, caso contasse a alguém. Quando a vítima fez 17 anos, o investigado se aproveitou de uma situação em que ficou a sós com ela e forçou a primeira relação sexual, de forma não consensual.

Em algumas ocasiões, esperava todos da casa dormirem e ia ao quarto dela. Em outras, inventava desculpas para que a filha o acompanhasse até determinado lugar e a arrastava para o mato, onde forçava relações sexuais. Ele ordenava que ela dormisse de saia ou vestido e, em caso de desobediência, a agredia com tapas, puxões de cabelo e até mesmo com uma corrente.

Violência psicológica

A violência não era apenas física e sexual. A vítima passava por diversas privações de relacionamento, como não poder conversar com os próprios irmãos.

Ao completar 18 anos e descobrir como utilizar métodos contraceptivos, a vítima foi impedida pelo pai. Entre outras proibições, não podia ter senha no celular e tentou quebrar o aparelho ao descobrir que a filha havia anotado o número da polícia.

Recentemente, a jovem conheceu um namorado, com quem correspondia por uma rede social. Ao ver as conversas, o pai a proibiu de manter contato com ele e destruiu seu celular. Pouco tempo depois, a vítima contou sobre os abusos e o rapaz a encorajou a procurar ajuda da polícia.

O delegado Lucas Lelis explicou que, durante uma das ameaças, o pai disse à vítima que, se fosse preso, após sair da cadeia a mataria e iria ‘fazer o regaço’. No início deste mês, o criminoso voltou a agredir fisicamente a filha, além de obrigá-la a manter com ele, mais uma vez, relação sexual não consensual. Na oportunidade, avisou que dois dias depois voltariam a manter relação. No dia marcado para sofrer mais um abuso, 14 de setembro, a jovem conseguiu fugir e buscar ajuda.

A Delegacia de Guarantã do Norte tomou conhecimento do caso e iniciou a investigação para apurar as informações, que resultaram na representação à Justiça pela prisão do autor do crime. Foram requisitados exames periciais que serão anexados ao inquérito policial. Os abusos sexuais resultaram em duas gestações. Será solicitado pela Polícia Civil o acompanhamento assistencial e psicológico para a vítima.

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