Um dos mais importantes rituais do calendário indígena brasileiro, o Kuarup voltou a reunir povos do Alto Xingu em uma celebração marcada por espiritualidade, tradição e resistência cultural.
A edição de 2025 também contou com a presença de autoridades políticas de todo o território brasileiro, reforçando a importância do diálogo entre o poder público e as comunidades indígenas. Estiveram presentes o vice-prefeito de Querência Mato Grosso, Dr. Kalil, além de vereadores e representantes institucionais que acompanharam o evento e prestaram apoio às pautas indígenas. A presença dessas lideranças foi vista como um gesto de reconhecimento da força cultural e histórica dos povos do Xingu.
O Kuarup é realizado anualmente por povos como os Yawalapiti, Kamayurá, Kuikuro, entre outros, e representa um momento de reencontro com os antepassados, fortalecimento da identidade e reafirmação das alianças entre as aldeias. As cerimônias ocorrem em diferentes aldeias, cada uma responsável por receber e conduzir parte do ritual de acordo com seus costumes e linhagens espirituais.
Neste ano, mais uma vez, o ritual emocionou participantes e observadores. Os troncos pintados ,os kuarup propriamente ditos foram colocados no centro da aldeia como representação simbólica dos que partiram. Ao redor deles, danças, cantos, lutas corporais como o Huka-huka e rituais de purificação preencheram os dias e noites, sob o ritmo dos maracás e tambores tradicionais.
As imagens captadas por @diego_r_yawalapiti, fotógrafo e representante do povo Yawalapiti, circularam nas redes sociais, revelando ao mundo a força visual e espiritual do Kuarup. Através das lentes de Diego, a celebração ultrapassa os limites do território xinguano e alcança novos públicos, despertando respeito, admiração e interesse pelas tradições indígenas brasileiras.
Para os anciãos e líderes indígenas, o Kuarup não é apenas um ritual: é a reafirmação de um modo de vida conectado à terra, aos antepassados e à coletividade. Em tempos de ameaças aos territórios e aos direitos dos povos originários, o Kuarup torna-se também um poderoso ato político-cultural.
“Kuarup não é só um ritual. É a memória viva de quem somos e de onde viemos”, afirmam os anciãos do Xingu.
Querência News/ Elisa Coelho
Vídeo : @diego_r_yawalapiti