
A irmã de um dos adolescentes apreendidos suspeito de espancar e assaltar uma motorista de aplicativo em Tangará da Serra (MT), no sábado (24/07/21), foi até a delegacia onde ele estava e o agrediu, questionando o motivo dele ter cometido o crime. Além dele, outros três adolescentes foram apreendidos e confessaram o assalto.
Em um vídeo gravado na delegacia, a irmã de um dos suspeitos chega para acompanhá-lo. Enquanto o policial segura o adolescente, a mulher dá tapas e grita com ele.
“Tá faltando feijão em casa? Tá faltando? tá faltando isso? Tem tudo dentro de casa”, diz ela.
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Irmã bate em adolescente apreendido em delegacia — Foto: Reprodução
De acordo com o tenente Gabriel Foletto, a mãe do suspeito também esteve na delegacia e ‘chocada’ com a atitude do filho.
“A família ficou revoltada, pois eles têm uma boa condição de vida, não falta nada em casa, então não tem motivo nenhum para ele estar se envolvendo em crimes”, disse.
Foletto disse ainda que o adolescente e os comparsas foram frios e não demonstraram arrependimento durante o depoimento.
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Motorista de transporte por aplicativo foi espancada por assaltantes durante uma corrida na madrugada deste sábado (24) em Tangará da Serra — Foto: Divulgação
O menino e outros três comparsas dele teriam se passado por clientes e agredido brutalmente a motorista Marcia Angola, de 40 anos. Durante a ação, a vítima fingiu estar morta duas vezes para tentar salvar sua vida: enquanto era agredida dentro do carro pelos ladrões e quando emergiu da água após ser jogada no rio.
De acordo com a polícia, os adolescentes queriam o carro e o dinheiro da motorista. Ela teve o rosto vendado enquanto os assaltantes dirigiam em alta velocidade.
Agressões
A motorista contou ao G1 que os suspeitos solicitaram uma corrida por aplicativo e, em seguida, pediram para ela parar o carro em uma esquina para que um colega deles embarcasse. Nesse momento, eles anunciaram o assalto.
Marcia foi jogada no banco traseiro do veículo e ameaçada pelos ladrões. Em determinado momento, ela disse que puxou a venda e isso teria irritado os assaltantes, que começaram a bater nela e dizer que iriam matá-la enforcada. Essa foi a primeira vez durante a ocorrência em que ela precisou se fingir de morta.
Marcia não conseguiu esconder que estava com falta de ar e respirou fundo.
“Ele viu que eu estava viva e os outros disseram: ‘vamos matar, aperta o pescoço dela’. Em momento nenhum disseram o motivo [das agressões]. Em certo momento riram da minha cara inchada e machucada”, disse.
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Ponte do Rio Sepotuba, em Tangará da Serra — Foto: TV Centro América
O carro parou em cima da ponte do Rio Sepotuba, onde ela foi novamente agredida e jogada no rio.
Dentro da água, enquanto os suspeitos a olhavam, ela se fingiu de morta novamente e deixou que a água a levasse.
“Deixei a água me levar rio abaixo, fui tentando me equilibrar, meio que boiando pois não sabia nadar e não podia ir para o fundo”, contou.
Depois que percebeu que os ladrões tinham ido embora, ela conseguiu sair da água, pediu socorro aos moradores de um sítio nas proximidades e foi encaminhada para atendimento médico.
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O veículo da vítima foi localizado pelos policiais militares em Tangará da Serra — Foto: Divulgação
Os suspeitos fugiram com o carro da vítima para o município de Nova Olímpia, onde furtaram uma relojoaria. Do estabelecimento eles levaram dois celulares e alguns objetos, como relógios e correntes de ouro.
Os criminosos foram apreendidos em Tangará da Serra. Ainda segundo a PM, os quatro adolescentes já tinham envolvimento em crimes anteriores na cidade. Eles usaram uma arma de brinquedo para cometer o crime.
G1 MT