“Tio desculpa”, teria dito a menina, de 5 anos, ao sargento da Polícia Militar, Elienay Pinheiro, dono da arma que matou a filha dele, Eloá Oliveira, aos 2 anos, no final da manhã desta quinta-feira (11/05/23), dentro de casa, no bairro Santa Cruz 2, em Cuiabá. Essa informação consta no depoimento do militar, que narra que ao entrar no quarto encontrou a filha caída no chão com muito sangue e a sobrinha ao lado da cama, onde estava a arma. Ele ficou fazendo massagem para reanimação da filha até a chegada do Samu.
O policial narra em depoimento que estava na cozinha preparando o almoço, enquanto as crianças estavam assistindo televisão. Durante o preparo ele falava com um amigo ao telefone, e no meio da conversa, ouviu um estampido. Com isso ele foi em direção ao som, que era no quarto dele. Quando chegou ao local, onde estavam as crianças, viu a filha Eloá caída no chão, sangrando. A arma dele em cima da cama, e a sobrinha, de 5 anos, em pé ao lado da cama, em frente a vítima que estava no chão, em seguida a menina disse: “Desculpa tio”.
Neste momento, o filho dele de 8 anos, entrou gritando, e ele precisou pedir que o mesmo saísse do quarto para não ver a cena.
Em seguida, o militar foi até a filha, para ver qual parte havia sido atingida, e em seguida pegou o telefone e acionou o Samu, e por telefone o médico pediu que ele realizasse massagem cardíaca na filha. Ele permaneceu com a massagem até a chegada do Samu ao local.
O militar detalha ainda que o primeiro socorrista do Samu, pegou a arma de fogo, desmuniciou-a, e após isso a colocou na cintura dele. Em seguida deram sequência ao atendimento, e ele estava ouvindo a conversa dos atendentes e entendeu que a filha estava morta. Diante da situação, os socorristas o encaminharam para um outro quarto, pois ele ficou indignado com a constatação da morte. Foi neste momento que que duas guarnições da Polícia Militar, chegaram ao local e ficou no quarto com ele.
Em dado momento um policial o questionou onde estava o estojo de munição, que não sabia, pois durante o ocorrido nem tinha tocado na arma. Ele foi questionado sobre o procedimento de segurança para guardar a arma. Ele detalhou que sempre a guardava no coldre, no fundo falso de uma gaveta do criado mudo, ao lado da cama dele. Ponderou que sempre que manuseava tomava cuidado de olhar se tinha alguém olhando onde estava a arma. Para certificar de que não tinha ninguém.
O pai de Eloá ainda disse que o filho maior, nunca mexeu em sua gaveta, e que inclusive sempre o advertia de que somente adulto, e um policial, poderia manusear uma arma de fogo. Por fim, o militar finaliza dizendo que toda a situação parece um pesadelo, pois a filha dele era “uma princesa”. Elienay teve uma alta médica psicológica recente, devido a um tratamento de saúde.
O caso
A arma encontrada é de calibre.38, com capacidade da arma de seis munições e teve apenas uma deflagrada. Segundo o delegado, a arma estava guardada no fundo falso de uma mesa de cabeceira ao lado da cama. O sargento da Polícia Militar Elienay Pinheiro foi autuado por omissão de cautela do armamento.
