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Justiça mantém PM acusado de roubar gado com tornozeleira em MT

A juíza da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, Ana Cristina Silva Mendes, manteve a utilização de tornozeleira eletrônica do cabo da Polícia Militar, Lorran Burin Dantas de Figueiredo, réu num processo por supostamente fazer parte de uma quadrilha de roubo de gado e propriedades rurais em Mato Grosso. Ele é um dos alvos da operação “Mahyas”, deflagrada pela Polícia Judiciária Civil (PJC) por meio da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), no ano de 2020.

A decisão da juíza mantendo o uso da tornozeleira foi publicada nesta sexta-feira (18/02/22). O cabo da Polícia Militar alegou em sua defesa que “não há elementos concretos que demonstrem a necessidade da manutenção da vigilância eletrônica, bem como o mesmo não teria descumprido as medidas cautelares impostas”. Ele chegou a ser preso durante a operação “Mahyas”, mas acabou beneficiado com uma decisão que determinou o cumprimento de outras medidas cautelares – entre elas, o monitoramento eletrônico, já fora da prisão.

Ana Cristina Silva Mendes ponderou, entretanto, que acusações graves pesam contra o cabo da Polícia Militar, e que ele teria “participado ativamente” de pelo menos 3 roubos e 1 furto de propriedades rurais no estado.

“Deste modo, a considerar as acusações que recaem sobre o acusado Lorran, entendo que a revogação da medida cautelar de monitoramento eletrônico não é recomendável, eis que necessária para garantia da ordem pública”, ponderou a juíza.

A decisão negou ainda o pedido de outro réu da ação, identificado como José Severino Barbosa, que também chegou a ser preso, mas cumpre medidas de restrição menos gravosas, como a proibição de se ausentar de Cuiabá, onde reside, por mais de 10 dias seguidos. Ele solicitou autorização judicial para viajar ao município de Umbuzeiro (PB), em razão de uma cirurgia oftalmológica que será realizada pelo seu pai.

A juíza Ana Cristina Silva Mendes entendeu, no entanto, que o réu não conseguiu comprovar que deveria, necessariamente, prestar apoio à família durante 30 dias de tratamento e recuperação do procedimento cirúrgico do pai.

“Restou comprovado que o pai do acusado é idoso, reside com a sua esposa (genitora do acusado) e que necessita de cirurgia de oftalmologia, contudo observo que, não há documentos nos autos que indiquem a data de realização de cirurgia, tampouco a imprescindibilidade da presença do acusado para cuidar do genitor”, entendeu a magistrada.

OPERAÇÃO MAHYAS

A operação “Mahyas” foi deflagrada pela Derf, de Cuiabá, no dia 20 de agosto de 2020. Os alvos das investigações estariam envolvidos em crimes de roubos, furtos e receptação de gado de propriedades rurais.

A operação “Mahyas” cumpriu 24 mandados de prisão preventiva, 19 de busca e apreensão, 7 sequestros de veículos e 3 suspensões de atividades comerciais em açougues que vendem carnes de animais provenientes de abatedouros clandestinos.

São alvos da operação Levinaldo Fernandes de Oliveira, Lorran Burin Dantas de Figueiredo, Pablo de Oliveira, João Ferreira Barroso Filho, Paulo Vilela Siqueira Meira, Luan Adriano de Oliveira, Michel Douglas Pereira Cunha, Rafael da Silva Schmit, Reinaldo Molina de Morais, Renys Jesus Melo Fernandes, Ronaldo Santana, Roque Alves de Souza Marinho, Vladimir Marques Cunha, André Luiz de Paula, Deivid Richard Cunha Santos, Eder Souza Carvalho, Edson Joel de Almeida Meira, Erivaldo Lima da Silva, Fábio de Almeida Brito, Gabriel Rodrigues Bianchini, Jeikson Almeida de Souza, José Denisneuto Benício da Cruz, José Severino Barbosa e Ivan Griliaud Souza.

Os mandados foram cumpridos em Cuiabá, Várzea Grande, Nossa Senhora do Livramento, Acorizal, Jangada, Barra do Bugres e Nova Mutum. As investigações da PJC apontam um prejuízo mínimo de R$ 3 milhões às vítimas.

Um dos supostos líderes do bando, Edson Joel de Almeida Meira, o “Edinho Meira”, é pai do prefeito de Jangada (80 KM de Cuiabá), Rogério Meira (PP). O chefe do Poder Executivo Municipal também possui um tio preso na operação – Paulo Vilela Meira, conhecido como “Nho”.

 

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